Playstation Home é uma plataforma de interação social disponibilizado gratuitamente pela Sony para os donos do Playstation 3. O jogo necessita de acesso constante à internet e depois de baixado, requer que o usuário crie um avatar ao seu gosto. É possível escolher cor da pele, vestimentas e algumas características físicas de maneira similar ao que vemos no processo de criação de personagens do jogo The Sims, por exemplo. A partir daí, o sistema apresenta um lobby, um local público descontraído onde as pessoas podem interagir, conversar e trocar idéias — uma verdadeira realidade alternativa! As possibilidades de interação, contudo, vão muito além. Alguns desenvolvedores podem criar jogos que se passam dentro dessa realidade, permitindo dessa forma começar uma partida de sinuca, jogos de cartas ou fliperamas com seu avatar. Cada jogador também pode adquirir uma residênciapara expandir ainda mais a gama de opções. Por exemplo: com sua TV de plasma de alta definição da sala é possível se acessar a loja virtual da Sony, a Playstation Network. A exemplo do iTunes, é possível se comprar músicas, acessar informações de artistas e conferir notícias do mundo do entretenimento. Como é de se imaginar, é possível também chamar seus amigos para curtir uma musiquinha em seu apartamento e mostrar a eles o último jogo que você adquiriu para o seu PSP. Como assim? É simples, basta fazer o download do jogo, acessá-lo através de um botão no PSP virtual e partir para as disputas multiplayer. A idéia é integrar de uma maneira bastante ampla toda a família de eletrônicos da gigante japonesa. Falando agora da vida real, o jogador pode pegar seu celular da Sony e tirar uma foto para depois transportá-lo para um quadro dentro do jogo. A recíproca é verdadeira: vale também tirar fotos dentro do universo do Playstation Home para colocá-lo em seu blog na internet. Por fim, é possível se iniciar os jogos regulares do PS3 em determinados cômodos da sua Home. Algo a princípio desnecessário, já que muitas dessas funções seriam mais rápidas se fossem acessadas através do menu normal do console. Mas se pensarmos que aquele seu amigo está visitando sua casa, é possível convidá-lo para um duelo nesse mesmo game, o que deixa a experiência de se jogar videogame muito mais pessoal e amigável. Uma análise mais profunda Prós: O espaço para interação é bastante vasto, especialmente se contarmos a quantidade de locais públicos e aqueles destinados a games específicos. Existe uma grande quantidade de pessoas, mas não é superpopuloso, já que é divido por regiões - Norte-Americana, Asiática e Europeia. Os mini games são bastante divertidos e servem para descontrair em momentos que o usuário não quer se dedicar a títulos intensos, além de permitir a interação com outras pessoas em todos os momentos. A jogabilidade - especialmente o controle do avatar - poderia ser aprimorada, especialmente com uma função que permita pular. Alguns pequenos detalhes da apresentação, como efeitos da água e distância de sons, também podem ser melhorados. A grande questão é a do preço dos diversos itens disponíveis para compra, que não são nada baratos para usuários do Brasil. Peças de roupa virtuais podem custar até três dólares - isto as que vimos, podem existir mais caras - o que definitivamente não é viável para nós.
Existe uma grande quantidade de informações disponíveis para os usuários a respeito de tudo o que se passa na indústria dos games. Além disso, os espaços são muito bem divididos e cumprem os objetivos que propõem.
Contras:
Criado para servir como uma espécie de lounge virtual – coisa já vista nos computadores há algum tempo, como em Second Life – a Home não é um jogo. Mas como se situa em um console e abrange majoritariamente conteúdo relativo à indústria de games, seria ignorância de nossa parte deixar de abordá-la. Portanto, após vários meses – não a estávamos ignorando, apenas observando suas capacidades! – segue a impressão que o software deixou em nossa equipe!
Começando por você
Antes de mais nada, ao melhor estilo RPG online, a primeira coisa que o usuário deve fazer é criar um avatar para representá-lo neste mundo virtual. Não há necessidade de tirar uma foto para colocar sua cara no personagem: o objetivo é criar uma identidade que o faça sentir à vontade para socializar e relacionar-se com outras pessoas – mesmo estando no conforto de sua casa.
A quantidade de opções disponíveis para fazê-lo é absolutamente incrível. É possível ajustar a forma do rosto, do cabelo, da silhueta, dos olhos... Tudo com uma sutileza impressionante, que permite que cada um crie um avatar realmente único, se assim o desejar. Até mesmo o tamanho das orelhas pode ser modificado! E tudo é feito através de um sistema gráfico em dois eixos, que permite uma modelagem bastante precisa.
As vestimentas também são escolhidas no momento da criação de personagem, mas são intencionalmente limitadas. Isto porque, dentro do espaço virtual, existem lojas para a compra de acessórios para personalizar o seu personagem – mais sobre isto abaixo. No entanto, existem opções suficientes para que você encontre algo parecido com seu gosto.
Diferentemente de jogos online, no entanto, aqui você não escolhe um nome. O seu personagem será conhecido pelo seu nome de usuário da conta utilizada no console, de forma que caso você deseje um nome “normal”, deverá lembrar-se disso ou criar outra conta – o que geralmente não é muito prático caso já existam vários aplicativos ligados à existente.
“Nascendo”
Quando você finalmente termina de criar o pequeno ser à sua imagem e semelhança – ou não! – ele é colocado dentro de um apartamento pequeno, praticamente um loft, com vista para um porto onde estão parados vários barcos e iates. A vista é realmente excelente, e bastante relaxante por si só. Embora a maioria dos usuários não vá passar muito tempo dentro deste apartamento, os que querem fazê-lo possuem inúmeras opções a seu dispor para transformá-lo.
Logo de início você irá notar que existem diversos sofás e poltronas espalhados pela sala – e só. Você pode movê-los, girá-los e arrumá-los da forma que achar melhor. Ou simplesmente ir à varanda apreciar a vista, caso não esteja com humor para colocar a casa em ordem. Seja como for, no início você possui muito pouco, então decidimos sair para uma volta.
Reconhecendo o terreno
O primeiro local ao qual o tutorial nos levou foi a “Central Plaza” (algo como Praça Central), que serve como uma espécie de ponto de partida para os diversos locais públicos que compõem a Home. Um espaço aberto, com uma fonte no meio e cercado por vários prédios, ele é um dos pontos utilizados pelos jogadores para, literalmente, não fazer nada.
O que isto significa? Que existem vários bancos por ali e o local é utilizado primariamente para socializar com outros jogadores. Existe um painel que exibe eventos futuros – suas datas, onde irão acontecer, do que se trata. Também há uma espécie de palco onde as pessoas podem votar em uma música para ser tocada, que todos ao redor podem escutar – embora o som não vá muito longe, de forma a não ser invasivo.
A primeira coisa que qualquer um nota ao chegar no local, no entanto, é a quantidade de propagandas. Mais do que vemos em nosso dia-a-dia no Brasil, mas certamente menos do que um japonês de Tóquio vê ao andar na rua. Grandes outdoors exibem novos jogos, títulos de peso e outras coisas que os desenvolvedores querem que os usuários confiram.
Um mini game onde o jogador controla um pequeno disco voador está presente no meio da fonte, para os que estão à toa, mas a principal função desta praça é conectar os diversos locais diferentes que podem ser acessados através dela: o “Mall”, um shopping center; a “Bowling Alley”, um boliche que possui também mesas de sinuca e fliperamas; o “Home Theatre”, uma espécie de cinema que exibe vídeos das mais variadas categorias; e o próprio apartamento do usuário, em um prédio característico.
No shopping estão as lojas que todo usuário precisa se quer diferenciar o seu avatar dos demais. Ali podem ser adquiridas – por dinheiro real, através do sistema da PlayStation Store – casas de verão, roupas, móveis... Tudo para rechear ainda mais a experiência. O único problema é que os preços são, especialmente para nós brasileiros, razoavelmente altos: para equipar uma casa, é difícil gastar menos do que 30 dólares – e isto sendo bastante pão-duro.
No quesito roupa, a coisa pode piorar. Existem inúmeras peças e até mesmo marcas do mundo real que fazem uma aparição por lá. Um exemplo é a Diesel, que disponibiliza acessórios personalizados para quem quiser pagar mais do que o preço das roupas padrão.
Dentro do shopping existe ainda uma grande tela exibindo vídeos variados, especialmente de propaganda. Há também um espaço para jogar xadrez contra outros usuários, caso deseje exercitar suas capacidades de raciocínio. Mas como não estávamos com grana no bolso – afinal de contas, estamos já quase no final do mês – decidimos conferir as outras áreas.
No boliche, a coisa se resume basicamente a mini games. Seja nos arcades, que pelo que vimos possuem três tipos diferentes, no boliche ou na sinuca, existe diversão para várias horas – os jogos são simples porém bastante divertidos, e sempre há alguem com quem jogar.
O cinema exibe vídeos tanto de jogos como de empresas que querem expor alguma coisa – vinculadas à Sony ou não. O ponto alto que deve ser ressaltado a respeito dos vídeos é que eles estão completamente integrados ao mundo virtual. Embora sejam carregos conforme o jogador se aproxima, eles não levam o usuário a uma tela separada, e você pode controlar seu avatar conforme vai passando o vídeo na tela. Isto não se limita ao cinema, sendo assim em todo lugar.
Os espaços públicos
Fora esta área comum que é acessada a partir da praça, existem também outros locais que podem ser visitados através de um “mapa do mundo” – basta pressionar Start e selecionar Locations. Ali, o usuário pode partir para lounges de eventos, onde em alguns momentos desenvolvedores fazem apresentações, e o ponto alto da Home – os lounges dos games.
Jogos podem ter seu próprio espaço temático dentro da Home, com diversas características específicas. Decorados de acordo com os títulos que representam, eles colocam à disponibilidade dos jogadores vários extras que enriquecem a experiência ou divulgam atualizações e conteúdos novos.
O potencial destes espaços é tão grande que, há alguns meses, o jogo de realidade alternativa Xi foi lançado através da Home. Utilizando-se das ferramentas do software e mesclando o virtual com o real, ele expandiu as fronteiras do que é possível realizar com este tipo de conteúdo.
A liberdade é tão grande que a Electronic Arts possui o EA Sports Complex dentro da Home, um prédio em que existem diversos tipos de jogos – desde pôquer até corrida, passando por golfe. Considerando que ainda estamos nos primórdios do serviço, podemos apenas imaginar até onde isto irá.
Integração
O grande potencial da Home consiste do fato de que todas as suas características estão interligadas aos demais serviços disponíveis para os usuários das plataformas da Sony. O jogador pode acessar jogos, tirar fotos e colocar na sua casa virtual, participar de promoções de games, assistir a vídeos, entrevistas e simpósios... As possibilidades são inúmeras.
O objetivo parece ser a disponibilização de um local para que os usuários da plataforma troquem experiências e socializem, já que é possível convidar outros avatares para conhecer seu apartamento, jogar algum título com você – e até mesmo realizar alguns curtas, caso você possua um set de filmagem dentro da Home!
Embora esteja apenas engatinhando, não é difícil ver um futuro em que o usuário irá, ao ligar seu sistema, logar direto na Home para ver quais amigos seus estão online, como os gamers de computador fazem. Somente a partir daí é que ele irá decidir que tipo de atividade realizar e, mais importante ainda, com quem.
Pequenas falhas que podem ser consertadas
Como a proposta não é a de ser um estupendo game de última geração com gráficos alucinantes, não há como criticar este departamento. Mas, ainda assim, a Home possui gráficos bons, embora possa consertar algumas coisas como os efeitos da água e da movimento do personagem. Permitir que os avatares pulem seria mais do que suficiente para tornar os ambientes ainda mais descontraídos, sem que o usuário trave em pequenos defeitos do terreno.
O chat fica infinitamente melhor com um teclado, então quem está disposto a passar horas no serviço deve considerar seriamente a possibilidade de adquirir um. Fora isso, basta ignorar o enorme número de usuários irritantes de plantão e divertir-se com os amigos em um ambiente que transforma a experiência anteriormente solitária dos consoles em algo realmente integrado e interativo.
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