sábado, 3 de maio de 2008

Irônico e provocador, 'GTA IV' toma de assalto o mundo dos games

Semana de lançamento teve filas, recordes, escolas vazias e polêmicas. Ação se passa em versão fictícia de Nova York; game critica sociedade moderna.

Há menos de cinco dias à venda em lojas da Europa e dos Estados Unidos, "GTA IV" já prova que o pedigree polêmico da produtora Rockstar continua mais puro que nunca. O impacto do jogo se reflete no mercado, na imprensa e no dia-a-dia dos consumidores.
No Reino Unido o jogo estreou com vendas recordes de 609 mil cópias no primeiro dia, batendo o recorde anterior que era de "GTA San Andreas", seu predecessor lançado em 2004. Estimativas indicam que o jogo pode faturar US$ 400 milhões em todo o mundo na primeira semana, superando as vendas do milionário "Halo 3", o maior lançamento da Microsoft e do Xbox 360 em 2007.

Analistas acreditam no potencial on-line do jogo. "Ele tem capacidade para ser mais popular on-line que 'Halo 3"', afirmou o analista do IDC, Billy Pidgeon. Pidgeon aponta que "GTA IV" é o jogo que conecta gerações de gamers, com apelo para os mais velhos, que jogavam as versões anteriores, e os mais jovens, que compram jogos principalmente para jogar em rede com os amigos.

Com varejistas fazendo vendas antecipadas do jogo e "filas da meia-noite" nas principais lojas especializadas, tudo indica que "GTA IV" colecionará recordes quando o balanço oficial de vendas for anunciado ao final dos sete dias.
Ensino fundamental

Na Escócia, o site VideoGamer.com conversou com dois jovens que testemunharam uma espécie de "abandono escolar". "Boa parte das aulas foram mais silenciosas e não tivemos muitas atividades. Nunca vi tantos amigos faltarem pelo mesmo motivo", disse ao VideoGamer.com um jovem de 17 anos que não deixou de comprar seu "GTA IV".
Outro garoto, de 16 anos, acrescentou "Mais da metade da escola faltou. Basicamente, todos que têm um Xbox 360 ou um PlayStation 3". Além da história principal, que pode levar dezenas de horas, "GTA IV" tem as missões alternativas, possibilidades de finais diferentes e as partidas on-line, que estendem a vida útil da aventura.

Repercussões na imprensa

A imprensa internacional considerou o jogo com um dos melhores de todos os tempos. O jornal "The New York Times" disse que "GTA IV" é uma visão "apaixonada e compreensível da América moderna". O texto de Seth Schiesel conclui: "como milhões de outros jogadores, vou passar incontáveis horas nas ruas e pontes de Liberty City, passeando pelos clubes, ouvindo rádio e fugindo dos policiais. Mesmo tendo a Nova York de verdade bem aqui do lado". No site Metacritic.com, que compila notas dadas por outros veículos de comunicação, "GTA IV" acumulava 99 pontos de 100 possíveis - média das notas de 39 artigos.

Polêmico como sempre

A cidade de Liberty City coleciona mensagens implícitas em cartazes, outdoors e diálogos com os moradores. As provocações podem ser de conteúdo sexual, político e até comportamental.

No cenário de mundo aberto, o jogador tem liberdade para explorar a cidade. Se ele decidir ingerir bebida alcoólica em excesso e depois dirigir, sua visão fica turva e o controle do carro fica mais difícil. Essa possibilidade levou o grupo de Mães Contra Motoristas Embrigados (em tradução livre do inglês Mothers Against Drunk Driving) a pedir que "GTA IV" fosse reclassificado com o selo "somente para adultos".

Já as piadas da produtora Rockstar não poupam nem mesmo a Apple, "queridinha" dos fãs de tecnologia. Em um dos cibercafés do jogo, em que é possível acessar internet, o jogador encontra propagandas da "iFruit", incluindo um revolucionário "iFruit Phone" que "não tem botões, não tem sinal, não tem capacidade de armazenamento, mas é cheio de ego", como noticiou o site não-oficial da Apple Tuaw.com.

Já o blog da revista "Popular Mechanics" decidiu dar a resposta a quem considera o jogo violento. Eles publicaram a lista de "cinco programas não violentos para se fazer em 'GTA IV'" - a lista vai de "ouvir rádio" até "conhecer as pessoas da vizinhança".


Fonte: G1

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