domingo, 20 de abril de 2008

UPDATE 2: Bully banido do Brasil


Ontem, Ministério Público do Rio Grande do Sul bateu o martelo e baniu mais um game do País. Dessa vez foi Bully, da Rockstar que teve importação, distribuição e comercialização proibidos em todo o território nacional. O MP, por meio do promotor Alcindo Luz Bastos Filho, solicitou um parecer da Sociedade de Psicologia do Rio Grande do Sul para tomar essa decisão. Conversamos com ele há poucos minutos e, por sua aparente falta de compreensão sobre o que é um jogo de videogame e por conta de sua patente falta de educação, principalmente em se tratando de um promotor de justiça, a conversa foi curta. Em poucas palavras, ele disse que ele e mais alguns colegas atenderam um pedido da casa da criança, que alegou que o jogo prejudicava a educação da criança. Com base nisso, o Ministério Público pediu um parecer a Sociedade de Pscicologia do Rio Grande do Sul. "O estudo mostrou que a continuidade da venda do jogo podia prejudicar não somente as crianças, mas toda a sociedade", explica. Além disso, o promotor disse que o jogo não apresentava a classificação indicativa do Ministério da Justiça, o que parece ser outro agravante para a decisão.Essa decisão "feita pelo juíz", como Alcindo quis destacar, é liminar, ou seja, ainda pode ser recorrida. "Ao longo do ano juntaremos provas para o caso", conta.De acordo com Ana Lúcia Mignot Schuster, diretora científica da SPRS, o parecer consistia apenas em alertar aos pais do risco de uma criança com idade entre 7 e 10 anos de jogar o game. "O jogo mostra que a escola, que deveria ser um local de ensino, é um local onde ocorre violência, que não existe regras e isso pode influenciar as crianças", conta Ana. "Em nenhum momento, contudo, falamos em proibir a venda do jogo e, sim, em alertar os pais para cuidarem dos filhos e observar que tipo de games eles estão jogando. A decisão da proibição é unicamente do MP."A JP Tech disse que irá acatar a decisão. "Não temos nem mais o jogo no estoque, vendemos tudo. Mas outras empresas ainda tem o jogo para vender", conta Paulo Roberto de Rugiero, diretor da JP TEch. "Como há muitas empresas que trazem o jogo do exterior, quero ver como a justiça irá proibir a venda das diversas empresas que vendem Bully além do mercado cinza e dos pirateiros." Sobre a classificação indicativa de Bully, ele diz: "Bully realmente não foi classificado pelo Ministério da Justiça. Quando trouxemos o jogo não conseguimos a classificação pois uma outra entidade já havia entrado com um pedido de proibição da venda do game," conta.Vale lembrar que Bully é classificado pela ESRB, órgão de classificação norte-americano, como um game para maiores de 14 anos. No Brasil, a decisão atinge todas as idades. Depois de EverQuest e Counter-Strike, banidos do País por conta de uma denúncia feita pelo ex-prefeito de Belo horizonte, Betinho Duarte (matéria completa na GameMaster 37), banir Bully é um retrocesso em um país que quer mostrar ao mundo que tem grande potencial de consumo e de venda de games. Confiram a nota divulgada no site no MP:(http://www.mp.rs.gov.br/noticias/id13845.htm)Proibida venda de jogo eletrônicoPor: Jorn. Ricardo Grecellé"Bully" retrata ambiente de violência e corrupção em ambiente escolar e é considerado nocivo pelo Ministério PúblicoA empresa JPF Maggazine LTDA. está proibida de importar, distribuir e comercializar o jogo eletrônico “Bully”. A medida liminar atende ação coletiva de consumo ajuizada pelo Centro Integrado de Apoio Operacional e Promotoria de Justiça Especializada de Defesa do Consumidor – Cidecon. A decisão do juiz Flávio Rabello determina, ainda, que seja oficiado às empresas proprietárias dos sites onde o jogo está sendo comercializado para que providenciem a suspensão dos anúncios e a comercialização do jogo no prazo de 30 dias úteis, além de informar ao Juízo as listagens de outras empresas que, eventualmente, tenham adquirido o jogo.A ação foi ajuizada a partir de representação encaminhada ao Cidecon pelo Centro de Apoio Operacional da Infância e Juventude, objetivando investigar a ocorrência de prática abusiva na comercialização do jogo eletrônico.Ambientado em escola de nível médio, “Bully” retrata, fundamentalmente, situações ditadas pela violência, provocação, corrupção, humilhação e professores inescrupulosos, nocivo à formação de crianças e adolescentes e ao público em geral. Em caso de descumprimento das determinações judiciais, foi fixada multa diária de R$ 1 mil, atualizada pelo IGP-M.

Fonte: Euro Games

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