Apesar de a venda do Counter Strike ter sido proibida no Brasil, os participantes da Campus Party podem usar o jogo sem restrições no evento. Com outros games de combate como Call of Duty e Quake, o Counter Stike é um dos preferidos na área da arena dedicada aos games.
Os torneios de CS estavam entre os mais esperados da Campus Party, evento de tecnologia que começou nesta segunda-feira (11) e vai até domingo (17), no prédio da Bienal do Ibirapuera, em São Paulo. Entretanto os campeonatos foram suspensos em razão de o jogo ter sido proibido no Brasil.
Mesmo sem os torneios, os participantes utilizam os jogos e dizem não estar sendo incomodados pela organização --que já havia prometido não coibir o game durante a Campus Party.
É o caso do técnico de informática Luiz Eduardo Mello, 28, que veio para o evento especialmente para jogar. Apesar de poder jogar o Counter Strike, ele diz ter ficado "decepcionado" com a suspensão dos torneios. "No Brasil tem muitos clans [comunidades de jogadores], o pessoal não gostou. Pagar [a entrada, a um custo de R$ 100] e dias antes do evento o torneio ser cancelado", afirma.
Mello afirma que vai ficar os sete dias no evento, acampado nas barracas oferecidas pela organização. Ele, que trabalha com manutenção de computadores, vai ficar sem trabalhar durante o período. "É melhor porque você aproveita tudo. À noite vai ter show com DJ, a gente fica para se divertir", diz.
O também técnico de informática Patrick Fabiano, 19, é outro participante que ignora a proibição do jogo. Ele trouxe o Counter Strike instalado em seu computador e está usando o game livremente. "Nunca ouvi casos de pessoas terem jogado Counter e saído atirando por aí. É uma guerra dentro do jogo, só dentro do jogo. Sempre joguei, normal, e nunca tive essas idéias", diz ele.
Fabiano afirma que a diferença de jogar durante a Campus Party é a possibilidade de compartilhar arquivos e novos games. "Na lan house, você joga só o que eles têm lá. Aqui dá para pegar jogos novos. Acabei de pegar um jogo novo de F-1", diz. Por isso ele, que mora no Jaçanã, em São Paulo, pediu folga na loja de informática em que trabalha e também vai ficar acampado na Bienal.
Segundo a organização da Campus Party, essa será a tônica em relação ao Counter Strike durante o evento. Não haverá promoção do jogo, nem proibição. "Os jogadores estão jogando em suas próprias máquinas. Não podemos fazer nada", afirma Marco Quesada, organizador da parte de games do evento.
Durante a Campus Party deveria ocorrer a final de uma espécie de Campeonato Brasileiro de Counter Strike, envolvendo 72 jogadores de todo o país, que acabou sendo cancelado. Por isso, deve haver uma manifestação contra a decisão judicial que proibiu a venda e comercialização do game no país. A data ainda não foi definida.
Mas há quem concorde com o embargo do jogo, mesmo entre os "gamers". "Para falar a verdade, eu concordo. Por que isso incentiva as pessoas a usarem os jogos de que eu gosto", afirma Bruno Araújo, 25. Ele conta que não joga Counter Strike, por gostar de jogos "mais avançados", como Battlefield e Call of Duty.
Primeiro dia
A demora para na entrada da Campus Party aborreceu os primeiros aventureiros que chegaram ao prédio da Bienal nesta segunda-feira. O credenciamento dos pagantes durou até cinco horas. A organização admitiu a deficiência, mas alegou serem problemas naturais para um primeiro dia.
Marcelo Branco, diretor da Campus, disse que 80% dos 3.300 inscritos no evento optaram por acampar no Ibirapuera.
Fonte Folha Online
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